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26.4.09

Posição no planeta: Açores; grupo central; Ilha Graciosa.










Não sei porquê, mas escapou-me mensionar que estou na Ilha Graciosa desde dia 18 de Abril.



Há falta de Observadores Meteorológicos no Arquipélago, e por isso, tem que haver um colega a cobrir o lugar. Desta fui eu. Há dois anos já me tinha acontecido o mesmo, para a mesma ilha, por isso não foi novidade.



É bonita a Graciosa. Já lhe dei a volta algumas vezes, mas há sempre uma canada, ou caminho escondido para descobrir.



Acho incrível o número de pássaros que aqui habitam. São muitos mesmo, por todo o lado. As codornizes vejo todos os dias, o que não acontece em São Miguel, e é tão engraçado o seu piar. O que só ontem vi aqui, foi um milhafre (ou melhor, Águia de asas redondas) e em São Miguel é raro o dia em que não vejo um.



E entre pássaros e passarinhos vou esquecendo o tempo para ele passar mais depressa, para já ser dia de regressar a casa, para não dar conta das saudades, para ser e estar agora aqui...



Hoje assisti a uma coroação. Vi esta manta de retalhos pendendo de uma varanda e achei que era um lindo e minucioso trabalho ( as fotos não fazem jus à beleza da manta, mas foi o melhor que consegui ). Gosto deste tipo de coisas da avó, e estou cheia de vontade de me aventurar a fazer a minha manta de retalhos. Será mais simples para uma primeira tentativa, mas prometo que quando ela acontecer, a mostro aqui.



Mais uma vez os pássaros estão comigo, desta vez na foto, desta vez as alvas pombinhas do Espírito Santo.

25.4.09

- NÃO SOMOS NÓS A ESCOLHER UM LIVRO, ELE É QUE NOS ESCOLHE !


Quando mo disseram, aceitei logo sem questionar a fonte de tal certeza; por ser tão claro para mim que assim fosse.



Pois há dois dias fui escolhida por um livro.



No meio de uma pequena pilha de livros, vi o pedacinho de uma capa em tons de branco e azul que me atraiu como um íman. Só parei quando o possuía nas minhas mãos. O desejo de o ler era tão intenso que nem pensei, nem li sobre o que se tratava, nem me interessava. Tinha a certeza de que era muito especial.



Não houve engano; eu precisava daquelas palavras, dos conhecimentos partilhados pela escritora, a própria vida dela, que se espelha ( e onde vejo tantas vezes o meu reflexo ) no que está escrito nas páginas deste tesouro que se pode ler.



Mergulhei entre búsios e praia, ondas do mar e da vida, grãos de areia que desenham mil pensamentos e raciocínios lógicos. Uma realidade com cinquenta e quatro anos que é igual à que se vive hoje. A visão desta mulher, Anne Morrow Lindbergh, transcende a época em que viveu. Parece-me ser um daqueles seres iluminados que se apercebem do mundo como ele é na realidade muito antes de todos os outros seres.



"Dádivas do Mar", todo este livro é uma dádiva vinda do fundo do mar. Enquadra-se dentro e fora de água, reproduz através das dádivas que o mar nos oferece, as nossas vidas, sonhos, desejos, aspirações, possibilidades, escolhas, desatinos. Espirais representativas do que é ser humano e do que é ter de lidar com mil e um papéis, como actores principais numa linha sobre a qual caminhamos.



c.c.



21.4.09

Distância de corpo físico... não da alma, não de espírito, não de coração...








Só nos lembramos da SAUDADE e da carga deste sentimento, quando ela/e nos toca e reclama o seu direito de existir e de nos pertencer.




Ai as saudades, que se encavalitaram nos meus ombros, que andam comigo para todo o lado sem quererem perder um único segundo desta minha estadia longe de casa.




( ESTADIA : - residência durante um período de tempo; estada; permanência




- prazo concedido para a descarga e carga da mercadoria de navio fretado




FRETADO : cedido ou tomado por um dado intervalo de tempo ...




Pois bem, a saudade vai ter residência breve neste ser que sou, neste momento é a minha carga e levo-a comigo para todo o lado, mas tem um prazo e, dia 29 de Abril de 2009, vai ser descarregada algures, no depósito das saudades que se desvanecem. Vai ser cedida ou tomada por outro ser por um intervalo de tempo que pode ser breve ou eterno...)




Tento ausentar-me da saudade, mas não luto para que isso aconteça. Se ela vem ter comigo, coabito harmoniosamente com ela evitando entregar-me à loucura, acabo mesmo por a apreciar e desfrutar daquilo que ela me quer mostrar.




Mesmo que custe, é bom sentir de vez em quando este aperto, estes descompassos na respiração, esta ânsia de encontrar e de arranjar formas, que não a física, de estar com quem e onde se quer estar. Torna-se um exercício de inexplicável poder extra-sensorial, de intensa exploração das nossas capacidades adormecidas por falta de uso.








AMO E SOU AMADA E É POR ISSO QUE A SAUDADE EXISTE!






C.C.